Lojistas brasileiros fazem ajustes em processo de oferta de crédito, expansão e contratações.

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Representantes de algumas principais companhias varejistas do Brasil consideraram a melhor gestão do capital de giro como uma prioridade em 2015. Ajustes em processos de oferta de crédito, expansão e relações de emprego foram citados por executivos de companhias como Riachuelo, Magazine Luiza, Walmart e Raia Drogasil durante painel em congresso de varejo em São Paulo.

A presidente do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, comentou o cenário de taxa de juros elevada e aumento do custo de capital. Apesar de ter reforçado que a companhia mantém os planos de abrir 30 lojas novas este ano, ela afirmou que a empresa tem buscado otimização: diminuir o montante necessário para investimento em cada loja nova.

“É muito difícil expandir sem capital e sabemos que fluxo de caixa quebra uma empresa”, comentou. “Temos trabalhado as dificuldades de capital de giro para fazer mais com menos, já abaixamos em 30% o investimento necessário para expansão”, disse Luiza.

O presidente da Raia Drogasil, Marcílio Pousada, afirmou que a companhia mantém um ritmo de expansão de 130 lojas novas este ano, mesmo patamar de 2014. O executivo destacou que a empresa tem buscado oportunidades de redução de custo de aluguel diante do momento menos aquecido do mercado imobiliário. “Abrir loja está mais fácil porque tem muitas placas de aluga-se”, disse,

Já o presidente do Walmart, Guilherme Loureiro, destacou que a companhia tem priorizado a redução de gastos com integração de bandeiras nos últimos dois anos e, com isso, freou a inauguração de lojas novas. “Não tem mistério, tem que reduzir custo”, disse.

Na Guararapes, controladora da Riachuelo, a necessidade de melhorar o investimento em capital de giro fez a empresa ajustar seu negócio de crédito ao consumidor. Flávio Rocha, presidente da Riachuelo, afirmou que a companhia vinha num ritmo acelerado de conversão dos cartões de crédito próprios (private label) em bandeirados (co-branded). “Apesar dessa transição ser uma operação financeira rentável, é demandante de capital, então reduzimos esse ritmo de conversão visando preservar o caixa”, disse.

Luiza Helena acrescentou ainda que o varejo mantém contratações de colaboradores porque há abertura de lojas novas. Apesar disso, afirmou que a gestão de pessoal tem sido diferenciada. “Temos dito a todos os nossos funcionários no Magazine Luiza que eles são vendedores e temos dito que é preciso vender, porque sem a venda não tem como manter o emprego. Reforçamos que a equipe tem que focar na meta de venda, porque, se não vender, vai ter que dispensar gente”, concluiu.

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